By Gilmara Barros de Lima, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Biossistemas.
Revisado: Sergio Daishi Sasaki
Para combatermos com eficiência um inimigo nós precisamos conhecê-lo bem. Por isso cientistas de todo o planeta tem se empenhado em conhecer melhor o comportamento do novo Coronavírus SARS-Cov-2 que causa a insuficiência respiratória grave COVID-19.
Uma das questões que exigem resposta é: Quanto tempo o vírus vive fora do hospedeiro?
É necessário dizer que ainda existem poucos estudos sobre isso e alguns desses estudos divergem em resultados devido a diferentes metodologias utilizadas. Mas todos os estudos concordam que o tempo de vida do SARS-Cov-2 fora do corpo doente depende de onde esse vírus “cai” após ter saído do corpo doente.
A OMS afirma que “O vírus que causa o COVID-19 é transmitido principalmente através de gotículas geradas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. Essas gotículas são muito pesadas para ficar no ar. Elas caem rapidamente em pisos ou superfícies” [1].
Cientistas do NIH (National Institute of Health), CDC (Centers for Disease Control and Prevention), UCLA e Princeton University submeteram tanto o SARS-Cov-2 (que causa da COVID-19) quanto o SARS-Cov-1 (que causa a SARS) a diferentes condições ambientais para verificar como o meio ambiente afeta esses vírus. O estudo desses cientistas [2], publicado em 17 de março de 2020 em The New England Journal of Medicine, mostrou que o SARS-Cov-2 permanece viável em:
· Aerossóis por 3 horas
· Cobre por 4 horas
· Papelão por 24 horas
· Aço Inoxidável por 48 horas
· Plástico por 72 horas
Esses resultados sugerem o fato de que as pessoas podem adquirir o vírus pelo ar e depois de tocar em objetos contaminados. E, também que muitas pessoas podem estar transmitindo o vírus antes de reconhecer sintomas da infecção.
Em sua página oficial, a OMS [3] em nota no dia 29 de março de 2020 admite estar ciente dos resultados deste estudo e diz que “... esses achados iniciais precisam ser interpretados com cuidado”. Enfatiza: “a extrema importância da higiene frequente das mãos, etiqueta respiratória, limpeza e desinfecção ambiental, bem como a importância de manter distâncias físicas e evitar o contato próximo e desprotegido com pessoas com febre ou sintomas respiratórios”. E afirma que está monitorando cuidadosamente as evidências que estão surgindo para atualizar esse assunto assim que mais informações estiverem disponíveis.
[1] OMS, disponível em https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-coronaviruses (acessado em 31 de março de 2020)
[2] N van Doremalen, et al. Aerosol and surface stability of HCoV-19 (SARS-CoV-2) compared to SARS-CoV-1. The New England Journal of Medicine. DOI: 10.1056/NEJMc2004973 (2020).
[3] OMS, disponível em https://www.who.int/news-room/commentaries/detail/modes-of-transmission-of-virus-causing-covid-19-implications-for-ipc-precaution-recommendations (acessado em 31 de março de 2020)
Komen